Balzaquianas

Lepoitevin

Auguste Lepoitevin (30s) é um homem alto, bonito, extrovertido e carismático. Roteirista com entrada no mercado audiovisual, ele faz relativo sucesso com sketches e comédias populares. Outra de suas habilidades é detectar novos talentos e explorá-los pagando uma miséria em troca da oportunidade de entrar no mercado.

 


 

NA VIDA REAL

O escritor e dramaturgo francês Auguste Le Poitevin de L’Égreville, percebeu a extraordinária criatividade de Balzac logo ao conhecê-lo. Ele o contratou para escrever histórias curtas que ele chamava de “petites opérations de littérature marchande” (pequenas operações de literatura comercial) que Balzac assinou sob pseudônimos de  Lord R’hoone e Horace de Saint-Aubin.

Era descrito como alto, bonito, conduzia-se como um soldado, mas tinha um brilho de rebeldia no olhar. Cresceu vendo a literatura como seu ganha-pão e, percebendo que havia grande procura por conteúdo, pediu a ajuda a alguns amigos, que chamava de seus “pequenos cretinos” (e tinha entre eles, Baudelaire), e provou que podia produzi-los em massa, um vampiro literário. Mais tarde aplicou os mesmos princípios pragmáticos ao jornalismo, fazendo chantagem através das colunas de mexericos e exercendo uma influência política mais ou menos fortuita através das atrizes que conquistava com críticas favoráveis.

Posteriormente, quando Balzac faz as caricaturas da imprensa da sarjeta e do “esgoto literário”, descreve Le Poitevin como: “simploriamente inescrupuloso, ávido de fama, porém sentimental demais nas horas difíceis ou empenhado demais na vitória absoluta para aproveitar as oportunidades que criava para si mesmo”.